segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mulher Alfa


    Bomba de hormônios prestes a detonar. Essa é uma boa definição para a mulher. Uma glandulazinha fora do eixo e nos transformamos em monstros.
    Hoje estava conversando com minha amiga sobre os rumos que minha vida tem tomado: meu namoro e os planos de casamento, os estudos pra abertura da minha empresa, da minha volta ao estudos espirituais que equilibram meu físico, como a meditação, além da obrigatoriedade de me organizar e minha alimentação. Sou bagunceira demais, não tenho regularidade em que faço, não faço nada em prazos, faço em cima ou pós prazo. É um comodismo porque sei que, mesmo em cima da hora, ficará ótimo.
    O  desafio para a grande maioria é a organização ou seja: sistematizar a vida, pois o cotidiano não é tão ruim quanto parece.
    No meio do seu cotidiano, embora você faça as mesmas coisas todos os dias, você não encontra tempo para determinadas coisas ou as esquece de cumprir. É a vida moderna, nos perdemos em atividades que roubam nossas horas. A internet é um exemplo. Você passa horas sem fazer nada e sai sem perceber que ficou, no mínimo, quatro horas na frente do pc, pior, deixou d sair com seus amigos, se reciclar, ou qualquer coisa porque disse que iria descansar. No computador você continua em atividade.
    Ano passado tive três agendas, comecei usando duas, terminei com uma só e não faço idéia de onde estejam as outras duas. Aprendi que o post it é fenomenal para os compromissos mais próximos.
    Comi marmitex por 365 dias, usei meu ticket alimentação para o mal, dormia tarde demais, enfim, tudo desrregulado.
    Começamos a nos questionar porque a mulher tem tantos desequilíbrios e chegamos à resposta de que a aliementação é a solução. Comemos errado, comemos mal, não fazemos as refeições em horários fixos, nem comemos coisas saudáveis. Discutimos muito e ponderamos que voltaríamos a musculação e que iríamos reelaborar nossos cardápios.
    Então ela me olha e diz: "Você será a mulher alfa! Já pensou nisso?!"
    Olhei com cara de interrogação, pensei: droga, tô sem google.E sucumbi!
    O que é uma mulher alfa, perguntei curiosíssima. E ela me explicou que é a mulher que é bem sucedida financeiramente, tem um marido que também é, que malha, tem tempo pra se espiritualizar e ter filhos perfeitos.
    Dei risada, eu ainda sou uma mulher gama (gamada em fazer tudo errado com relação ao meu corpo, minha mente e meu espírito), mas eu ainda encontrarei meu caminho. Se chegarei à alfa, não sei, mas que algo em mim está mudando. E não é promessa de começo de ano, é o pé que não cabe mais no sapato apertado.
    O bom foi que meu namorado tinha dito sobre organizarmos nosso tempo juntos na noite anterior, pra resolvermos nossas vidas, fiquei triste, brava, insegura e...quando dei por mim, ele tinha razão.
Hei, esse não é o fim da picanha, nem de acompanhá-lo numa cervejinha! rs

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O cão, a Fábula e o Roubo do Homem de Deus


    Lembro-me de, na infância, ter possuido vários brinquedos da época: a barbie (que cortei o cabelo), uma lancha com controle remoto pra piscina (que eu afundei no primeiro dia), o burrico charreteiro (que eu desmontei pra ver o que tinha dentro), a nana nenê (que berrava e eu precisava conhecer a parte eletrônica, por isso cortei o pano da barriga dela), um robô chamado Arthur (que dei banho e pifou), enfim, tive toda sorte de brinquedos que se possa imaginar e destruí todos. Mesmo tendo acesso a isso tudo, o que mais me encantava era a coleção de livros que meu pai me havia dado quando eu era criança. Tocava música estridente e eu podia ler todas as histórias dos Andersen ou La Fontaine, observando ilustrações lindíssimas. Amava aqueles livros, muitas vezes andava com eles pela casa, abria todos, aquelas músicas  tocando "sincronizadamente", uma alegria só.
    O único infeliz na história era meu cachorro, o Floks. Devia doer até os tímpanos aquele som tenebroso e criança é sempre Joselito, nunca tem noção de nada, acha engraçado cachorro resmungar.
Deixei ele um pouco de lado por causa dos livros. Certo dia minha mãe levou as três filhas na missa (eu sempre odiava, vomitava verde, revirava a cabeça, mas nunca adiantou), quando voltei, um filme de terror havia ocorrido diante dos meus olhos..
    Meus livros foram estripados, distribuídos pela sala toda, de forma cruel e torpe. No canto da sala dormitava, no sono dos justos, o assassino. Pousava inocentemente em cima da última vítma. Ajoelhei pra recolher as sobras e chorei, disse que odiava o Floks, mas ele acordou, mais alegre do que de costume e me lambia cada lágrima. Meu algoz me amava.
    Certo dia, quando já estava conformada por meu cachorro ter devorado (literalmente) meus livros, estava pedalando pelo quintal quando vejo um homem de terno cinza, moreno, livro preto debaixo do braço, acompanhado de uma criança, abrir o portão de casa e levar meu cachorro embora. Sumiram na poeira, não deu tempo de ninguém impedir.Chorei mais do que havia chorado por cada um daqueles livros, soava-me como castigo por ter praguejado o impertinente Froks.
    Os dias se passavam e eu seguia sem aceitar o que havia ocorrido. Certo dia ele voltou, estava fedorento, haviam passado um perfume  horrível nele. A lembrança de como ele não conseguia abanar o rabo de tanta felicidade me é forte até hoje, porque o corpo todo balançava. Foi um dos dias mais felizes da minha parca existência. Durou pouco, logo, o mesmo homem de terno barato o levou de novo.
Nunca mais o vi, mas guardo um ressentimento de qualquer evangélico que se assemelhe àquele homem. E só o perdoaria se soubesse que o Floks foi feliz com eles, porque roubo não sou eu quem perdoarei.

P.S.: O perfeito aí da foto é o Piuí, meu último grande companheiro. Costumava dizer que era minha alma gêmea canina.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Mercado Competitivo. Homens são corporativos, Mulheres Concorrentes


Fiquei pensando sobre a condição do homem ter namorada para se tornar um macho potencialmente desejado. O Cardoso havia levantado a bola no site, concordei.
Meu namorado veio me visitar. Carioca, jovem, bonito, simpático, inteligente, eloquênte - ingredientes perfeitos para detonarem meu ciúmes; então comecei a sentir o efeito disputa nas mulheres.

Ele entrou no supermercado e bastou perguntar onde estava o creme de leite que tinha uma atendente pulando (não é exagero, eu juro!) no carrinho de mercado e falando em alto e bom som: "quer pagar quanto?"

A caixa da farmácia me ignorou e atendeu ele, na pizzaria uma pirigueti de 14 anos paquerou-o na minha frente, ostensivamente.

Caralho, ele vem lá do Rio de Janeiro porque o mercado está feio e, de "patinho feio" (ele é lindo), passa a cisne?!

Estou pensando seriamente sobre o que uma amiga me disse: cheiro de homem em mulher, atrai homem e cheiro de mulher em homem ,atrai mulher.

Engraçado que do meu lado isso também tem acontecido, mas homem não paquera a mulher do outro pela frente, exceto alguns excepcionais. Existe um um código de honra oculto entre eles. Li um "eu te amo hoje", declarações de que não deveria ter-me deixado escapar, outro que largaria a namorado porque não me esquecia. Pelo amor de Deus, tinha fim de semana que, se meus amigos viajassem, eu ficava na completa solidão.

Tem um dvd que explica isso, as mulheres enxergam que o homem comprometido tem atrativos que despertam a fêmea pra procriação, condições favoráveis de moradia e alimentação. Afinal de contas, se ele não fosse bom, porque teria uma namorada?

A cabeça masculina, não creio que pense conscientemente na procriação, mas que a maioria raciocina : se está namorando é porque ela é gostosa.

O que eu sei é que, com concorrência ou não, vou ter meu diferencial e sempre oferecer inovações. rs

Baby Smell


- Com quantos você já ficou?


Meu amigo abre a minha noite com uma pergunta dessas. Todos me olhavam com cara de cachorro esperando pelo osso mais saboroso da noite.

Numa noite, há oito anos atrás, fiz uma lista com a Gi. Era tempos de faculdade, morava fora, sem meus pais. Nem eu, nem ela lembrávamos alguns nomes, mas eu lembrava alguns nomes da lista dela e ela da minha.Guardei aquela lista por anos e nunca mais acrescentei ninguém, não porque não tivesse saído com ninguém, mas tinha perdido a graça, eu havia passado minha mestre.

Quando dei por mim, estavam rindo, eu havia viajado de olhos abertos. Sempre faço isso.


- Tá querendo esconder? Pra gente nem adianta.


Então o Jo-jo decidiu abrir o coração:


-Foram mais de cem, até a última vez que eu contei.


Caimos na risada, virei-me para o Rê e perguntei sobre ele:


- Sei lá, você quer saber com quem fiquei só de beijo ou com os que fui até o fim?


Tô velha, pensei. Na minha época eram beijos, no máximo agarrões. Ir até o fim eu não considerava ficar, era mais um rolo, porque sempre que eu ia até o fim, durava algum tempo.

Foi a vez da Cá,


- Gente, eu comecei a namorar, depois larguei e casei, só conheci meu ex-marido de homem até ano passado.


Fez-se um silêncio, como eu não queria responder, soltei essa:


-Até ano passado? E hoje?


Rimos e ela contou com desenvoltura todas as aventuras e desventuras. Quando terminou, buscou na internet um substituto para o marido, mas encontrou sexo sem compromisso. Sofreu com isso, mas que hoje em dia não iria buscar, que se aparecesse, seria bom, mas que agora só iria curtir.

Achei perfeito, tem mulheres que passam a vida toda com um único namorado, que se torna marido e, com os anos, torna-se motivo de inquietações. Imagine, você só conhece um tipo e tem um bando de amigos pervertidos como nosso grupo, falando de anatomia do corpo masculino, posições, preferências, isso não aguçaria sua curiosidade?

Pois bem, um ano após o término do casamento e algumas reuniões com nosso grupo, minha amiga já havia se tornado um vulcão. Uma Marta Suplicy do grupo!

Então nos animamos a falar de tamanho, forma, fetiches, posições, melhores produtos pra isso, pra aquilo e descambamos a criticar a Olla gel, o KY, k-med...


- Gente, eu nunca usei. O que é gel lubrificante?


Silêncio geral. Ninguém acreditou. Explicamos como bons professores, eu seguia aliviada pela discussão ter tomado novos rumos. De novo ela decide nos assustar. Dizendo que nunca havia chorado tanto depois que o namorado havia cometido um crime com ela.

A crendice popular é que leva as pessoas à ignorância completa. Alguém disse a ela pra usar aqueles óleozinhos da AVON e ela acreditou. O pior não é isso, pior é que ainda hoje as mulheres seguem fazendo o melhor da festa no mais completo breu. E foi esse seu erro fatal.

Na noite em que o ex-marido decidira investir na poupança, ela pede para que ele pegue o tal óleo em cima da cômoda, no escuro. Ele pegou, fez as tentativas iniciais e então optou por abrir o frasco e despejar em sua musa de ébano todo o fluído que seria a porta de entrado para o mundo do qual os homens mais gostam.

O grito dela deve ter acordado a cidade, porque o cidadão havia despejado um frasco de perfume na área já afetada. Segundo a mesma:


- Eu chorava de cair lágrimas, de soluçar. Passei horas tomando banho, parecia que nunca iria parar de queimar.


Gargalhada sincronizada, eu realmente entendia o fim da relação, aquilo era o começo do fim. Então estavam todos meus amigos voltados pra mim, olhos grudados. Pensei:"Fodeu!" Olhei o relógio e disse,


- Gente, tô atrasada, vamos?